sábado, 14 de maio de 2011

Um passo após outro

Os pés pareciam calçados em concreto. Deus! Como pesava cada passo! O corpo todo pesava. Os ombros, braços,até as pálpebras. Mas os pés! A caminhada era de dez minutos mais ou menos até o ônibus, e que tortura foi. E tudo conspirava contra a vontade de chegar ao destino. Tudo passava devagar: as nuvens, a grama, os muros, as pessoas, o tempo.
  A força de vontade foi grande. Aguentou toda uma tarde caminhando, fingindo, resolvendo o que era possível resolver. Mas ao final, cedeu a três goles. E que milagrosos goles! Ao final destes, só restava o peso da satisfação. Voltar para casa foi muito mais fácil.
  O dia foi terrível, um dos piores em bastante tempo. Mas jogado na poltrona, agradecendo por ainda estar com boa parte de sua sanidade mais ou menos intacta, um pensamento ainda não saía de sua cabeça: puta que o pariu! Como pesou cada passo!

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